Publicado: março, 2016
Após se filiar ao PSC, visando disputar a Presidência em 2018, o deputado federal Jair Bolsonaro deve “testar” sua aceitação no poder executivo durante a disputa para a Prefeitura do Rio este ano. Segundo vem sendo veiculado pela imprensa, este seria o projeto do pastor Everaldo, presidente do partido. Embora tenha negado anteriormente, Bolsonaro estaria traçando planos ambiciosos.
A pesquisa desta semana do Instituto Paraná Pesquisas, mostra que Bolsonaro tem uma das menores rejeições (3,2%). A ascensão de seu nome em pesquisas recentes são um indício que a crise econômica e, sobretudo a crise moral do país, revela o fortalecimento do conservadorismo.
Embora oficialmente não tenha apresentado quem seria seu vice na sua chapa para o Planalto, nos bastidores surge com força a possibilidade de ser o deputado pastor Marco Feliciano (SP).
Um dos riscos de uma candidatura ‘puro-sangue’ do PSC é o pouco tempo nos programas eleitorais na televisão. Contudo, isso não seria um problema tão grande em tempos onde a internet, sobretudo as redes sociais, já se converteram em palanques eleitorais.
Uma consulta ao site Social Bakers, que monitora constantemente as redes sociais, comprova que a popularidade tanto de Bolsonaro quanto de Feliciano segue em alta. A página que é americana, apresenta um ranking das figuras mais populares em diversos segmentos, incluindo a política.
Para efeitos de comparação, nas últimas semanas, Marco Feliciano saiu do sétimo lugar para segundo, com mais de 3 milhões e 403 mil seguidores. Ele já ultrapassou a presidente Dilma Rousseff, que sempre teve forte presença no Facebook.
Por sua vez, Bolsonaro ultrapassou o ex-presidente Lula e Marina da Silva (que até recentemente era a primeira da lista). O pré-candidato pelo PSC soma quase 2 milhões e meio de seguidores.
Quem minimiza a importância desses números não entende a nova realidade do país. Com as recentes mudanças nas regras eleitorais, as campanhas serão mais breves e o “custo” do voto será diferente das eleições anteriores.
Feliciano, por exemplo, foi o terceiro mais votado para deputado federal em São Paulo, em 2014. Além disso, com partido menor, o voto nele foi o mais “barato” das eleições paulistas. Em grande parte por causa de sua forte presença nas redes.
No Rio de Janeiro, o quadro nas eleições para deputado federal foi similar. Jair Bolsonaro foi o deputado mais votado, tendo um dos melhores “custo-benefício” quando calculado o dinheiro gasto na campanha. Mais uma vez, resultado do bom uso das redes sociais.
Votos dos evangélicos e dos conservadores
Somados, nas últimas eleições, ambos tiveram pouco mais de 860 mil votos. Como a atual constituição da Câmara é considerada uma das mais conservadoras da história, a eleição de dois anos atrás sinalizou um maior envolvimento político dos conservadores. Uma opção “à direita”.
De fato, a ampla votação de candidatos conservadores sugere que as urnas mostram um posicionamento médio do brasileiro contra temas como regulamentação do casamento gay, do aborto e legalização das drogas.
“Chama a atenção que Feliciano e Bolsonaro foram campeões de voto, mas também foram os dois que mais tiveram exposição na mídia. Há um segmento conservador que, ao vê-los combatendo figuras mais progressistas, se identifica”, analisa Ricardo Ismael, cientista político e professor da PUC-Rio.
O nome de Feliciano na chapa para 2018 tem o potencial de atrair boa parte dos votos dos evangélicos e católicos mais conservadores. Considerando que os evangélicos são 22% da população (IBGE-2010), equivalente a cerca de 44,5 milhões de brasileiros hoje.
Proporcionalmente, 22% do eleitorado seria algo em torno de 28 milhões de votos. Dilma foi eleita em 2014 com 54,5 milhões de votos.
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