Publicado: março, 2016
O casal de catadores de lixo Edmundo Gonçalves, de 55 anos, e Maria Petronília da Silva, de 66 anos, sonham em aprender a ler para conhecerem a Bíblia.
Moradores do loteamento Hollywood, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá (MT), eles estão sendo alfabetizados com aulas realizadas em um barracão da cooperativa onde eles trabalham.
Não saber ler dificulta até mesmo a participação deles nos cultos. “Nós vamos na igreja e eles dão os cânticos em um papel, mas a gente não sabe acompanhar na folha. Tá tudo escrito, mas a gente não sabe ler”, contou Maria Petronília em entrevista ao G1.
Maria conseguiu incentivar seu esposo a também participar das aulas de alfabetização. “Nunca imaginei que ia conseguir estudar. Na verdade eu nem queria, foi minha ‘velha’ que me incentivou a vir para a aula. Agora, até soletrar eu já consigo”, conta Edmundo.
Por não saber ler nem os números, eles sentem dificuldades até na hora de pegar um ônibus. “Eu quero aprender a ver os números sem perguntar para ninguém. Às vezes alguém sacaneia a gente e faz pegar ônibus errado”, disse o catador.
Maria quer ler a Bíblia. “Tenho fé em Deus que eu vou conseguir um dia”, diz. O casal tem dois exemplares do livro sagrado em casa e espera pelo dia que poderão folheá-los podendo ler cada uma das suas histórias.
A história de vida desse casal é inspiradora. Eles são chamados de Lampião e Maria Bonita, pois por muitos anos trabalharam no lixão das 16h às 6h da manhã. Para poder enxergar no meio da escuridão, eles utilizavam um lampião que acabou se tornando o apelido de Edmundo.
“Esse nome foi um senhor do lixão que colocou na gente. À noite para ver no escuro só com lampião. Daí viramos Lampião e Maria Bonita, e pegou”, conta.
Foi com este trabalho que eles conseguiram criar os filhos e agora trabalhando na cooperativa não precisam mais utilizar o lampião.
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